Batismo

    Concluindo o Tempo de Natal, a liturgia católica reflete, neste domingo, sobre o Batismo de Jesus e, consequentemente, sobre o batismo cristão. João, o precursor de Jesus, iniciou sua missão às margens do rio Jordão. Tinha estilo muito próprio: austero, incisivo, ascético. Começou a atrair pessoas, mas deixava muito claro: era uma voz no deserto, preparava o caminho de quem estava vindo, não era o messias, enfim queria que as pessoas de convertessem, isto é, se colocassem na direção Daquele que estava vindo. Batizava e, por isso, foi chamado de Batista, mas dizia que seu batismo era com água em vista da conversão. O batismo que deveriam considerar seria aquele que o Messias, Jesus Cristo, ensinaria e faria.

    Jesus ressuscitado, ao concluir sua missão, deixou este mandato: ide, anunciai, ensinai, fazei discípulos e aos que crerem em mim, batizai-os “Em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo” (cf. Mt 28, 16-20; Mc 16, 9-20). A Igreja obediente a este mandato, antes de batizar, anuncia, ensina e educa os fiéis. Procura ressaltar a grandeza e a dignidade deste sacramento na iniciação da vida cristã, pois está acolhendo um novo membro que vai fazer parte do corpo de Cristo e da Igreja.

    Para as pessoas e famílias de fé o batizado é um momento muito especial. Ao pedirem livremente o batismo para os filhos, quando são crianças, lhes é perguntado o nome que escolheram. O nome é muito importante e a escolha, normalmente, vem antes do próprio nascimento. A escolha do nome faz parte da espera do filho, esta será a sua identidade por toda a vida. A Igreja recomenda que não se escolha nomes alheios ao senso cristão ou que possam causar constrangimentos, mas que a pessoa se sinta confortável com o nome atribuído.

    Na vida guardamos e recordamos muitas datas significativas e existenciais. Certamente, o dia Batismo merece um destaque maior, como também ser recordado e celebrado. Uma simples recordação torna-se uma oportunidade de reflexão, oração, lembrar dos padrinhos, rever o álbum.

    Outra escolha é a dos padrinhos. Ser padrinho ou madrinha é uma honra e, simultaneamente uma nobre responsabilidade. A sua tarefa é ajudar o afilhado educando-o na fé que foi batizado e ajudá-lo a perseverar na vida cristã. Diante disso o Código de Direito Canônico que contém as leis universais da Igreja legisla: “Haja somente um padrinho ou madrinha ou um padrinho e uma madrinha” (Cânon 873). Pode-se, no entanto, admitir testemunhas do Batismo. A escolha dos padrinhos requer discernimento de quem convida e de quem é convidado.

    Concluo com uma catequese do papa Francisco, sobre o batismo, feita no dia 11/04/2018: “Quando batizamos uma criança, naquela criança entra o Espírito Santo, e o Espírito Santo faz com que cresça, naquela criança, desde pequenina, virtudes cristãs que depois florescerão. Sempre se deve dar esta oportunidade a todos, a todas as crianças, de ter dentro de si o Espírito Santo que as guie durante a vida. Não deixeis de batizar as crianças! Ninguém merece o Batismo, que é sempre dom gratuito para todos, adultos e recém-nascidos. Mas como acontece com uma semente cheia de vida, este dom ganha raízes e dá fruto num terreno alimentado pela fé”.

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    Arcebispo de Passo Fundo, dom Rodolfo Luís Webber ingressou em 1976 no Seminário Menor São João Vianney. Foi ordenado diácono em 17 de junho de 1990 e presbítero no dia 05 de janeiro de 1991, e bispo, em 15 de maio de 2009, para a prelazia de Cristalândia no Tocantins. Possui pós-graduação em Psicopedagogia e mestrado em Filosofia pela Universidade Gregoriana de Roma. Durante a 53ª Assembleia Geral da CNBB, dom Rodolfo Weber foi eleito secretário do regional Centro-Oeste.

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