3 padres católicos premiados em 2019 – e que passaram em branco para a mídia

Seus esforços exemplares no serviço ao próximo por amor a Deus foram divulgados muito timidamente por poucos veículos de comunicação

Em meio aos esforços de grande parte da mídia para explorar ao máximo e de modo parcial os escândalos de abusos sexuais perpetrados por criminosos estudantes em seminários ou mesmo já ordenados sacerdotes, vêm passando em brancas nuvens (por que será?) os muitos casos exemplares de religiosos e padres fiéis, dedicados e entregues cotidianamente à missão de servir ao próximo por amor a Deus.

Vamos recordar apenas três dos mais recentes, todos ocorridos neste ano e divulgados timidamente por poucos veículos de comunicação:
Franciscano é eleito o melhor professor do mundo
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Youtube – Khaleej Times

O irmão franciscano Peter Tabichi, do Quênia, foi eleito o melhor professor do mundo pelo ‘Global Teacher Prize‘ de 2019. O prêmio é oferecido pela Fundação Varkey, uma entidade que se dedica à melhoria da educação para crianças carentes. A cerimônia de premiação aconteceu em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos. Além do troféu, o religioso franciscano, que concorreu com outros dez mil indicados de 179 países, recebeu US$ 1 milhão ( cerca de R$ 3,9 milhões). O dinheiro deverá ser aplicado em atividades educacionais.

“Todos os dias, na África, viramos uma página e começamos um novo capítulo. Hoje é outro dia. Este prêmio não é um reconhecimento a mim, mas aos jovens deste grande continente. Estou aqui somente por causa do que os meus alunos alcançaram. Este prêmio dá a eles uma oportunidade, diz ao mundo que tudo é possível. A África produzirá cientistas, engenheiros, empresários cujos nomes serão, um dia, conhecidos em todos os cantos do mundo”.

O sacerdote é professor de ciências na Escola Secundária Keriko Mixed Day, localizada em uma zona rural do Quênia, e doa 80% de sua renda mensal para ajudar aos alunos mais pobres a comprar uniformes e materiais escolares. Muitos desses estudantes percorrem mais de 6 quilômetros diariamente para chegar até a escola. Além disso, 95% dos alunos são provenientes de famílias pobres, quase um terço são órfãos ou têm apenas um dos pais e muitos não têm comida em casa.

As classes, que deveriam ter entre 35 e 40 alunos, chegam a ter o dobro de estudantes. Além disso, por lecionar em uma escola onde há apenas um computador e uma conexão precária de internet, o irmão Peter Tabichi é obrigado a ir até um café para baixar os materiais necessários para suas aulas.

Segundo dados oficiais, o trabalho do professor Tabichi fez, em três anos, a quantidade de matrículas dobrar e os casos de indisciplina caírem de 30 por semana para apenas três. Em 2017, apenas 16 dos 59 alunos ingressaram na faculdade, enquanto em 2018, 26 alunos foram para a universidade.

Na cerimônia de premiação, que foi apresentada pelo astro do cinema australiano Hugh Jackman e contou com a presença do primeiro-ministro dos Emirados Árabes, o religioso fez questão de usar o hábito da Ordem Franciscana. A veste tem o cordão de três nós, que simbolizam a pobreza, a castidade e a obediência.

Em 2018, um brasileiro ficou entre os 10 indicados ao prêmio de melhor professor do mundo. Clique aqui e conheça a história dele.

Com informações de Gaudium Press
Padre-bombeiro entre os heróis do incêndio na Catedral de Nôtre-Dame

Em entrevista ao canal KTOTV, o pe. Jean-Marc Fournier, capelão principal dos bombeiros de Paris conta que estava de plantão no trágico dia 14 de abril de 2019, quando a Catedral de Nôtre-Dame ardeu em chamas. Foi ele que conseguiu entrar na catedral e salvar um dos maiores tesouros do cristianismo que lá estava. Os detalhes da ação corajosa do padre foram debatidos durante aula ao vivo do Padre Paulo Ricardo nas redes sociais. O sacerdote brasileiro traduziu a entrevista do padre francês:

“Eu sou Padre Fournier, capelão principal da Brigada de Bombeiros de Paris. E eu era o capelão plantão, neste 15 de abril, quando aconteceu um incêndio enorme na Catedral Nôtre-Dame de Paris. Eu fui imediatamente convocado. E, logo de início, ao chegar, me pareceu que duas coisas essenciais precisavam ser feitas. A primeira era salvar o tesouro inestimável da coroa de espinhos e em seguida, é claro, Jesus presente no Santíssimo Sacramento.

Ao entrarmos na Catedral, ela estava um pouco tomada pela fumaça. Ainda não havia calor. À nossa frente tínhamos uma espécie de visão daquilo que poderia ser o inferno. Ou seja, uma cascata de fogo que caia justamente das aberturas causadas, seja pela queda da [torre] ‘flecha’, como também por várias aberturas no coro dos monges.

Acompanhado por um oficial superior, a dificuldade para nós foi encontrar a pessoa que possuía o código que permitia abrir a caixa-forte na qual a santa relíquia era guardada. Isto custou-nos um certo tempo. E durante esta busca, esta espécie de caça ao código, uma equipe de bombeiros já estava trabalhando a fim de preservar as relíquias. Ou seja, tiveram de golpear o cofre das relíquias que, infelizmente foi estraçalhado. Quando então encontramos as chaves, chegamos às santas relíquias, de forma mais ou menos simultânea. Elas foram retiradas e guardadas no mesmo espaço das operações, mas debaixo da proteção das forças da ordem, ou seja, de funcionários do departamento de polícia. Então todos sabemos que a Santa Coroa é uma relíquia absolutamente única e extraordinária e que o Santíssimo Sacramento é Nosso Senhor realmente presente no seu corpo, sua alma, sua divindade, sua humanidade.

Vocês compreendem então que é bem delicado ver alguém a quem amamos perecer nas chamas. Assim, tendo sempre que acompanhar os bombeiros, nós vemos com frequência pessoas vítimas de incêndios e, por isso, conhecemos bem as consequências. É por isso que eu quis preservar incólume a presença real de Nosso Senhor Jesus Cristo.

(…) Quando o fogo começou a atingir a torre norte, e tivemos medo de perdê-la, foi no momento exato em que eu peguei o Santíssimo. Assim, eu não quis somente retirar Jesus, eu aproveitei para dar uma Bênção do Santíssimo. Então eu estava sozinho na Catedral, com este ambiente de chamas, de fogo e de coisas incandescentes que caiam do teto, e com esta bênção eu provoquei Jesus e pedi que nos ajudasse a preserva sua casa. Devemos crer que ele nos ouviu! E a manobra do general foi brilhante! As duas coisas provavelmente. Aconteceu então que não somente o fogo foi bloqueado, mas salvou-se a torre norte e com ela também a torre sul foi salva”.

Prêmio “Melhor cidadão da Índia” vai para um padre católico

 

A International Publishing House, editora especializada em textos biográficos, concedeu no último 16 de abril o prêmio “Melhor cidadão da Índia” ao pe. Vineeth George, sacerdote católico claretiano de 38 anos, em reconhecimento pelo seu trabalho pastoral junto à população carente do norte do país majoritariamente hinduísta.

Nascido em Hyderabad, o sacerdote ordenado em janeiro de 2014 tinha se formado na Loyola Academy, dirigida pelos jesuítas, mas conta, em entrevista à Asia News, que a sua vocação

“é um dom nascido na minha infância. Sempre pensei em usar os talentos que Deus me deu para o benefício da Igreja”.

Graduado pela Universidade Jain Deemed e pós-graduado no Matrusri Institute, o jovem Vineeth George trabalhou na Dell Computer Corporation e na General Electric, além de ter sido subdiretor do jornal Deccan Chronicle e funcionário do Ministério de Energia da Índia.

“Eu era muito admirado pelo meu profissionalismo”.

No entanto, a excelente carreira que tinha pela frente não o satisfazia. Vineeth deixou tudo e entrou no seminário.

“Por graça de Deus, ainda sendo apenas seminarista, em 2006, os meus superiores me colocaram para ensinar administração no St. Claret College. Um ano depois da minha ordenação, fui nomeado vice-diretor do colégio e fiquei no cargo até dezembro de 2018. Desde janeiro estou fazendo doutorado em comportamento organizacional no Indian Institute of Technology de Hyderabad, um dos centros de ensino superior mais reconhecidos do país”.

No seu serviço à população carente, o pe. Vineeth George também foi professor num centro de capacitação profissional na periferia de Deli. Ele conta:

“A escola fica numa área onde só moram hindus, onde não há presença cristã. O centro recebe 30 jovens que abandonaram os estudos: as mulheres fazem cursos de estética e os homens estudam para serem eletricistas e encanadores”.

Após a ordenação, ele também assumiu uma paróquia:

“Fui vigário paroquial da igreja de São Pedro, na diocese de Daltonganj. Lá ensinei inglês para as crianças tribais que frequentavam a escola ao lado da paróquia”.

Além de prosseguir o doutorado, o sacerdote está à frente de atividades pastorais nas dioceses de Hyderabad e Shamshabad.

Com informações das agências Asia News e ACI Digital.

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